quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Desperte o talento que existe em você!!!

Aprecie seu talento!!!
Postado por Marcello Tibiricá

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Oficina Musical: Planejamento e Organização no Estudo do Violão!!!

Olá amigos!


No dia 27 de Junho eu ministrarei uma oficina musical, que abordará a importância do planejamento e da organização no estudo do violão. 


A oficina acontecerá no Conservatório Musical do Butantã, e será voltada para alunos que estejam cursando o instrumento, para aqueles que desejam iniciar os estudos, e também é aberta para alunos de outros instrumentos, que desejam ter outro parâmetro de organização do estudo.


É isso! Estão todos convidados!         
Abraços e até!


Postado por Marcello Tibiriçá

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Momento Musical

Olá a todos!!!

Venho hoje compartilhar algo feito com o coração!!! 

É quando a música simplesmente se transforma em poesia!!! 

Tive o prazer de participar, há algum tempo atrás, de um Workshop com essa grande violonista!!! Aqui, ela interpreta o arranjo para violão, da música Your Song, de Elton John, com uma expressividade e delicadeza ímpares!!! Talento que sobra... Momento esse que merece ser compartilhado!!! Vale a pena apreciar a atmosfera poética do vídeo!!! 

My dear friend Tatyana Ryzhkova!!!


Postado por Marcello Tibiriçá

domingo, 16 de outubro de 2016

Desnudo...

Desnudo...

Vísceras que me tecem por um momento
Sentimento a me tomar em contrassenso...
Dissolvo-me, transpasso-me em intensidade...
Resoluto, me restauro na verdade!

Liberdade, amplitude e imensidão
Entre frestas de caminhos a romper...
Alma plena que transborda em meu ser
Essência pura que me torna a renascer...


Em tempestades em meio ao mar encontro versos
E como as ondas que se esvaem eu me confesso...
E na tormenta em solidão que se permeia
Ao controverso, expansão de mim, candeias...


Interno; um sopro vendaval clareia! 
Externo; em pulsos de brotar, deslaço.
Instante; repleto, outras versões, avessos...    
Agora; abro-me em mil porções, desnudo... 

(M.T. The Constant Gardener)
MarcelloTibiriçá@OJardineiroFiel 

Escrito por Marcello Tibiriçá

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Momento Musical...

Momento Musical...

My dear friend Tatyana Ryzhkova!!!

When music is pure essence!!!


Postado por Marcello Tibiriçá

sábado, 24 de setembro de 2016

Setembro Alado, (Amor Maior)...

Setembro Alado, (Amor Maior)...   

Flores vistosas e perfumadas!!!
Dentro de ti, dentro de mim...
Setembrar todas as manhãs
No meu, no seu, em nosso jardim...

Com pétalas de rosas, cores de amor
Lírios, lótus, tom de jasmim...
Vida plena de almas claras
Essências, cheiros de alecrins...

Olhar terno sempre dura...
Toques certos de candura!!!
Sementes raras, amor perfeito
Eterno se rompe em noite escura...



Dálias, íris, flores de ipês
São  a esperança que perdura...
Luz que abraça o seu viver
É doce e bela, é só ternura!!!

Oro em versos, sons de orvalhos 
Carinho tenro, flor de cetim...
Sol dos pólens renasceu das colônias...
A flor mais linda do meu jardim!!!

Setembro exala o meu coração
De um fiel jardim que existe em mim!!!
Percorre em minhas veias, lavandas, tulipas, 
Zínias e camélias com gotas de anis...

Setembro alado renasce em meu ser!!!
Hortências, gerânios, primaveras sem fim...
Sou fiel jardineiro!!! Com histórias? Cantar...  
E amor onde passo, com cantos de passarim...

(M.T. The Constant Gardener)
 MarcelloTibiriçá@OJardineiroFiel 

Escrito por Marcello Tibiriçá

sábado, 3 de setembro de 2016

Sensibile: Educação Musical e Formação Docente!!!

Sensibile: Educação Musical e Formação Docente!!! 

Olá amigos!!!

Retorno ao Blog Poética Musical após um longo período sem postagens!!! Daqui em diante espero frequentar mais o blog e trazer mais novidades para vocês!!!

No Sábado, dia 27 de agosto deste ano, aqui em São Paulo, recebi o Certificado de Formação Docente no curso de Capacitação em Educação Musical, promovido pela Sensibile Cursos, uma empresa situada no Rio Grande do Sul!!!
Através de uma proposta holística, nos foi mostrado como musicalizar a criança, tratando a mesma como um ser global, onde, o sensibilizar, torna-se o ponto de partida para uma educação musical mais plena e mais eficiente, com o objetivo de que os pequenos venham a se tornar futuramente profissionais mais sensíveis em seus campos de atuação, e, desta forma, seres mais produtivos e mais felizes!!!

Durante o curso, participamos de várias atividades experienciadas em escolas com as crianças!!! Assim, tivemos acesso a um material rico em conhecimento e conteúdo!!!

Foi realmente gratificante angariar mais esse conhecimento e formação dentro da minha área pedagógica e docente de atuação!!!


É isso, amigos!!! 

Abraços e até a próxima!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá.

Solturas ao tempo...


Solturas ao tempo...




Escrito por Marcello Tibiriçá.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

MÚSICA E PSICOMOTRICIDADE: INTERFACES ENTRE ARTE, CORPO E MENTE !!!

MÚSICA E PSICOMOTRICIDADE: INTERFACES ENTRE ARTE, CORPO E MENTE !!!

Olá amigos!

Nos dias 17 e 24 de Outubro, eu participarei de um novo curso na Escola Municipal de Música de São Paulo!

A Oficina MÚSICA E PSICOMOTRICIDADE: interfaces entre Arte, corpo e mente será ministrada pela Professora, Pedagoga e Pesquisadora Viviane Louro!!!

No curso, serão abordados os seguintes temas: bases do aprendizado pelos Blocos de Luria; filogênese; Leis invariáveis do desenvolvimento; tipos de atenção, memória e a relação com o aprendizado; bateria psicomotora de Vitor da Fonseca; atividades psicomotoras para educação musical; atividades musicais para desenvolvimento psicomotor.


A oficina terá por metodologia aulas expositivas entremeadas por vídeos explicativos e discussões de casos reais da prática pedagógica musical da docente, além de atividades práticas.

Estudar o ser humano em sua integridade, a partir das suas emoções, da cognição, e de suas ações, em relação ao desenvolvimento neurológico em diálogo com o meio sociocultural, é algo que a psicomotricidade se fundamenta, objetivando a sua prática pedagógica dentro do campo educacional da música!

Será mais uma oportunidade para um grande aprendizado, e, também, de retornar a casa e rever os amigos!

É isso, mais a frente volto aqui ao Poética para compartilhar com vocês um pouco do que foi o curso!!!

Abraços e até!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA: APLICABILIDADES PEDAGÓGICAS!!!

NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA: APLICABILIDADES PEDAGÓGICAS!!!

Olá amigos!

Conhecer como as diversas aprendizagens, o fazer musical e a música se processam e se transformam dentro da atividade cerebral, através de toda uma riqueza infinita de potencialidades do sistema neurológico, me fez pensar como nós, enquanto seres humanizados, podemos através do aprendizado, da razão e da emoção, enxergarmos as infinitas capacidades de busca, captação, adaptação e transformação de conhecimentos, potencializando os mesmos no fazer artístico, na produção e na criação de novos saberes, sendo esta uma condição infinitamente a ser explorada por todo ser humano!!! 

Viviane Louro
Isso e muito mais foi o que aprendemos no curso de Neurociências e Música: Aplicabilidades Pedagógicas, realizado nos dias 19 e 26 de Setembro, ministrado de forma magistral pela Professora, Pesquisadora e Pedagoga Viviane Louro, na Escola Municipal de Música de São Paulo!!!


Alguns temas como o funcionamento básico do sistema nervoso central e periférico, bases neurológicas da música, audição, processamento auditivo central e o ensino musical, e problemas de aprendizagem musical à luz das neurociências foram abordados através de aulas expositivas, entremeadas por vídeos explicativos e discussões de casos reais da prática pedagógica musical da docente.

A seguir, uma entrevista que a Pedagoga Viviane Louro concedeu ao programa Diálogos Musicais, falando sobre Neurociências e Música! 


O próximo vídeo, que pudemos assistir no curso, nos mostra algumas pesquisas de como a atividade musical do músico, ou de quem estuda música pode influenciar no processo e no desenvolvimento neurológico cerebral de forma positiva!

Fico feliz em compartilhar com vocês um pouquinho do que foi esse curso maravilhoso!!!

Fiquei feliz e agradecido em retornar mais uma vez à Escola Municipal de Música de São Paulo, e, também, pela a oportunidade de conhecer novos amigos!!!    


Classe do Curso Neurociências e Música


Foi realmente um aprendizado valiosíssimo que acrescentará ao meu dia a dia!!!

Abraços e até a próxima!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA: APLICABILIDADES PEDAGÓGICAS!!!

NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA: APLICABILIDADES PEDAGÓGICAS!!!


Olá amigos!

Nos próximos dias 19 e 26 de setembro eu retornarei a Escola Municipal de Música de São Paulo para cursar a Oficina NEUROCIÊNCIAS E MÚSICA: APLICABILIDADES PEDAGÓGICAS, que será ministrada pela Professora, Pedagoga e Pesquisadora Viviane Louro!!! 


O curso abordará os seguintes temas: funcionamento básico do sistema nervoso central e periférico, bases neurológicas da música, audição, processamento auditivo central e o ensino musical, e problemas de aprendizagem musical à luz das neurociências. 


A oficina terá por metodologia aulas expositivas entremeadas por vídeos explicativos e discussões de casos reais da prática pedagógica musical da docente. 




Acredito que será um aprendizado valiosíssimo!!!

Após o curso voltarei aqui no Poética Musical para dividir um pouco com vocês as novidades da oficina!!!

Abraços e até a próxima!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Recital: Duo Matizes na Escola Municipal!!!

Recital: Duo Matizes na Escola Municipal!!!


Na Segunda, dia 10/08/2015 foi realizado um recital de violões do Duo Matizes na Sala do Conservatório da Escola Municipal de Música de São Paulo, localizada na Praça das Artes! O recital marcou a entrega dos certificados aos violonistas e integrantes do Duo, Juliano Cardoso e Marcello Tibiriçá, pelo período de 2002 a 2010 cursados na Municipal. No programa, obras dos compositores Sérgio Assad, Marlos Nobre, Abel Carlevaro, Paulo Porto Alegre, Yuquijiro Yocoh, Nikita Koshikin e Marco Pereira. Entrada Franca!!!


Duo Matizes

Programa:

Duo Matizes:
SÉRGIO ASSAD (*1952)
Farewell 

MARLOS NOBRE (*1939)
Ciclo Nordestino I – Opus 5  
1º movimento – Samba Matuto
2º movimento – Cantiga 
3º movimento – É Lamp
4º movimento – Gavião
5º movimento – Martelo 


Marcello Tibiriçá:
ABEL CARLEVARO (1916 - 2001)
Prelúdio nº1 – Evocación 

PAULO PORTO ALEGRE (*1953)
Estudo nº6 – Ponteio 

ABEL CARLEVARO (1916 - 2001)
Prelúdio nº3 – Campo 


Juliano Cardoso:
PAULO PORTO ALEGRE (*1953)
Estudo nº7 – Lídio 

YUQUIJIRO YOCOH (*1925)
Sakura – Variações                                 


Duo Matizes:
NIKITA KOSHIKIN (*1956)                             
Suíte Cambrídge                 
1º movimento – Lullaby
2º movimento – Tennis Waltz
3º movimento – Ragtime
4º movimento – Ballad 
5º movimento – Humouresque 


MARCO PEREIRA (*1950)
Bate-Coxa  – Duo Matizes com participação especial do Violonista e Compositor Paulo Porto Alegre


Postado por Marcello Tibiriçá

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Poética Musical: Momento Audição!!!

Poética Musical: Momento Audição!!!

Heitor Villa-Lobos
Presente no repertório dos grandes concertistas e um desafio constante, quando dentro do programa de estudos do aluno violonista, os 12 Estudos para Violão do Compositor e Maestro Heitor Villa-Lobos, dedicados ao lendário Violonista espanhol Andrés Segovia são, sem dúvida alguma, uma obra superlativa dentro do cenário violonístico e um legado importantíssimo para o instrumentista, no que tange ao seu desenvolvimento técnico, sonoro e expressivo!!! 

Nas palavras do próprio Segovia: “... os doze estudos, escritos pelo genial compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, contem, ao mesmo tempo, fórmulas de surpreendente eficácia para o desenvolvimento da técnica de ambas as mãos, com valores estéticos permanentes como obras de concerto.” – “Poucos são, na história dos instrumentos, os Maestros que conseguiram reunir em seus “Estudos” ambas as virtudes.”

Na audição que se segue, a Violonista Maria Lívia São Marcos, uma das nossas maiores musicistas e a primeira a realizar uma carreira internacional como violonista concertista, nos presenteia com um lirismo inconfundível em sua gravação dos 12 Estudos para Violão de Heitor Villa-Lobos. Nesta gravação realizada em 1975, cada estudo é apresentado com uma riqueza de matizes sonoras, com grande expressividade e poesia, aliados a uma dinâmica interpretativa cuidadosa e fiel à estética composicional da obra!   

Uma audição imprescindível para os estudantes e amantes do instrumento!!!

Apreciem sem moderação!!! Uma ótima audição a todos!!!







Maria Lívia São Marcos
A Violonista Maria Lívia São Marcos recebeu de Andrés Segovia o reconhecimento e a distinção de Notável, momento em que estava na Espanha frequentando o curso de guitarra em Santiago de Compostela. 

Com uma carreira brilhante, foi aluna de Emílio Pujol, premiada em concursos como o Concurso Troféu Villa-Lobos, sendo, a partir de 1970, catedrática em violão e pedagogia no Conservatório de Genebra, Suíça. Iniciou sua formação violonística aos 5 anos de idade com seu pai Manoel Pelicas São Marcos, um dos maiores pedagogos do violão brasileiro!!! 

Mais sobre Maria Lívia São Marcos:
http://www.ritmomelodia.mus.br/2013/04/16/maria-livia-sao-marcos/

Escrito por Marcello Tibiriçá.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Julho Reluzente!!!

Julho Reluzente!!!

Enigma cintilante
Resplandece ao entardecer...
Julho: alma que se espelha...
Ao reflexo envolver...

Invertendo-se, se anexa!
Em retalhos, em candeias...
Sei que é pressa e não sei mais...
Que é apenas uma festa!

Emoldura-se, se reveste...
Envolvendo-se em meu ser 
Num amparo dou sentido...
Candelabro, guardião!

Guarda a noite, ilumina...
Sai em busca a irradiar!
Quando é armeiro? Vai clemente...
Das paixões? Incandescente!

Quando é lua? Incendeia! 
Faiscando a cintilar...
Vai elétron eloquente...
Voa perto a brilhar!

Quando há terra? Reluzente!
Do amor: imensidão... 
Quando há brilho? SOU FESTEIRO!!!
Pirilampo, lampião!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá.

domingo, 21 de junho de 2015

O Nacionalismo e o Folclore na Música do Século XX !!!

O Nacionalismo e o Folclore na Música do Século XX !!!

Olá amigos!

No meu texto O Folclore no Ensino Musical, postado aqui no blog em Outubro de 2014, e também com publicação na Revista Leve & Leia em Dezembro do mesmo ano, eu procurei mostrar que o mesmo, através das suas multiplicidades regionais, é um elemento importante do nosso passado, do presente e imprescindível na formação cultural do ser humano, manifestado através dos costumes mais variados e de regiões das mais diversas do nosso país e do mundo.

No texto de hoje abordarei o folclore no contexto do nacionalismo musical enquanto “musica moderna” do século XX, destacando alguns dos compositores desta corrente, que a partir de seus países de origem, pesquisaram a etnia musical de determinados povos, na busca de uma identidade cultural nacional de sua época.

Então, vamos lá! Uma ótima leitura!!!


O Nacionalismo e o Folclore na Música do Século XX !!!

“Meu verdadeiro objetivo é a fraternidade das nações...”. Seria um equívoco acreditar que este pensamento de Bartók se restringisse unicamente à sua música. Entretanto, ele muito provavelmente teria alcançado um desejo ideologicamente nacionalista e “unificador”, de bases “políticas”, reforçado pela configuração étnica de diversos povos.

O início do século XX estava em meio a uma avassaladora crise econômica mundial. Em meio ao caos europeu, marcado pelas guerras e pelo estabelecimento de ditaduras fascistas, surgem juntamente às novas “experimentações radicais” no campo da música, correntes como o Impressionismo, o Expressionismo e o Dodecafonismo, na busca por um afastamento das tradições musicais até aquele momento, na afirmação de um novo pensamento e de uma nova música!

De outro lado, na tentativa de “unificar” aquilo que se encontrava “disperso” pela nova música, ideais de valorização tipicamente nacionais manifestavam-se como um movimento contrário e de autoafirmação das tradições musicais e do nacionalismo, crescidos naquele momento.

Era um mundo desejando manifestar seus pensamentos, suas ideologias e crenças as quais mais se ajustassem ao momento psicológico representado por cada corrente. Em meio a tanta intolerância política, dois lados musicais buscavam afirmar sua história!

O Nacionalismo, enquanto “música moderna”, se caracterizou por um movimento de compositores que buscavam uma identidade cultural nacional, se valendo, neste processo, de um vasto material oriundo das manifestações populares, com bases em pesquisas sobre a etnia musical dos povos. 

O movimento se tornou contrário às novas práticas musicais atonais dos compositores vienenses, no momento o qual passou a ter grandes afinidades com o neoclassicismo musical e suas práticas composicionais tradicionais. A escolha pela tonalidade e o uso frequente do folclore popular eram os ingredientes principais e importantes de configuração da corrente. Quando a mesma buscou enfatizar um sentimento de valorização nacional, um novo espaço ainda não ocupado pela “nova música” passou a ser preenchido pela música nacionalista, abrindo, desta forma, possibilidades para novas pesquisas no campo do folclore e das etnias musicais populares. 

Assim, a “hegemonia austríaca” da Europa Ocidental assistia há alguns anos, antes da Primeira Guerra, o aparecimento de movimentos nacionalistas que, em sua construção, passaram a utilizar o que já existia na tradição e nas raízes populares. 

Béla Bartók
O compositor húngaro Béla Bartók foi, sem dúvida, um dos mais importantes, senão, o maior pesquisador do folclore musical e de etnias musicais populares. 

Aberto a todo tipo de influência, suas principais pesquisas pela Hungria e países vizinhos se estenderam até a Turquia ao norte da África. Bartók procurou mostrar, da maneira mais minuciosa possível, os elementos orais transmitidos através do canto popular e do folclore, e todo o tipo de variação e entonações vocais, buscando não alterar a veracidade dos elementos musicais de raízes de uma determinada tribo. Sem dúvida, esta foi a sua maior contribuição para a música folclórica, seja ela de origem eslovaca, romena, árabe ou de outra nação. 

Com estas pesquisas de cunho popular, Bartók chegou a conclusão da importância do sistema tonal maior-menor, utilizando os modos gregos e todo tipo de escala exótica, dando maior ênfase na utilização da escala Pentatônica e de mudanças de andamento sobre ritmos variados. 


Suas principais obras, e que demonstram esta utilização de elementos do folclore popular são: o Primeiro e o Segundo Concerto para Piano; o Terceiro, o Quarto e o Quinto Quarteto de Cordas; a Música para Cordas, Percussão e Celesta e a Sonata para dois Pianos e Percussão. Em sua ópera de um só ato, O Castelo de Barba-Azul, Bartók, utilizando uma orquestração brilhante, mostra muito da influência que teve da música de Strauss. A influência de outro compositor, Stravinsky, com todo o dinamismo da sua Sagração da Primavera, também foi evidenciada no balé O Mandarim Maravilhoso. 

Zoltán Kodály
Outro compositor da Hungria, Zoltán Kodály, assim como Bartók, fez também uso de elementos populares, como podemos presenciar na sua obra Salmos Húngaros Op.13, de ornamentação folclórica. Porém, sua maior contribuição ficou na área da educação, com uma metodologia de ensino para crianças, ainda muito utilizada em nossos dias! 

Na Rússia, Stravinsky utilizaria melodias folclóricas em Petruchka e A Sagração da Primavera. Procurou evocar o espírito da velha Rússia, seu humor e seus rituais. Musicou pequenos poemas populares através de uma série de canções e peças para coros de vozes. 

Em outro momento, o nacionalismo de Shostakovich, através de uma herança nacional ligada à principal corrente da tradição europeia, tomaria uma conotação mais política, como podemos presenciar na Sinfonia O ano de 1905. 

Países do Norte e do Sul da América tomariam como modelo a forma do nacionalismo europeu. Nos Estados Unidos, Charles Ives e Aaron Copland fizeram uso deste modelo. Na Argentina, podemos citar Alberto Ginastera. No Brasil, o Maestro e Compositor Heitor Villa-Lobos.

Heitor Villa-Lobos
Villa-Lobos foi o compositor que mais representou o nacionalismo em nosso país, procurando mostrar os ritmos e as sonoridades mais naturais e típicas da nossa terra!

Para o escritor Vasco Mariz, em seu livro Villa-Lobos, o homem e a obra: “O nacionalismo musical no Brasil só se afirmou, em linhas vigorosas, com Heitor Villa-Lobos...”.  

Porém, para Mário de Andrade, escritor e pesquisador do folclore popular, o nacionalismo no Brasil produziria uma série de mal entendidos, ressaltando entre estes o exotismo: “O que deveras gostam no brasileirismo não é a expressão natural e necessária duma nacionalidade não, em vez, é o exotismo, o jamais escutado em música artística, sensações fortes, vatapá, jacaré, vitória-régia.”   

Em uma primeira manifestação, o nacionalismo de Villa se mostra ainda como uma tentativa inicial na Lenda do Caboclo e nas Canções Típicas Brasileiras. De forma muito presente e já em fase posterior, a partir de 1922, o folclore em sua expressão nacionalista será evidenciado em seu Noneto, nos seus magistrais Choros, nas Serestas e nas Cirandas. 



Em uma de suas citações, Villa-Lobos expressou que “A música folclórica é a expansão, o desenvolvimento livre do próprio povo expresso pelo som”. Um pensamento também expresso de forma vigorosa em boa parte de suas composições, em um momento em que sua predileção pelo nacionalismo em música se mostrou de forma natural, configurando-se, assim, uma tendência de compositores que buscaram pesquisar a etnia musical através das mais variadas manifestações populares. 

A importância de compositores como Villa-Lobos, Béla Bartók, Zoltán Kodály, dentre outros, na tarefa da pesquisa e do estudo sobre a etnia musical dos povos, nos legando, desta forma, um material composicional riquíssimo, torna-se imprescindível, no momento em que o folclore, com as suas multiplicidades regionais, é um elemento importante do nosso passado, do presente e de formação cultural do ser humano para o futuro, sendo o mesmo um elemento catalisador dentro do processo de aprendizado da criança e do adulto, com a possibilidade de se transformar e se multiplicar enquanto educação musical.


Escrito por Marcello Tibiriçá. 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Conservatório Musical do Butantã 30 anos!!!

Conservatório Musical do Butantã 30 anos!!!

Conservatório Musical do Butantã
Olá amigos!

Recentemente o Conservatório Musical do Butantã completou 30 anos de existência! Um feito, num país onde a economia, através dos anos, nunca foi uma aliada importante do empreendedorismo e das iniciativas na área educacional que, por outro lado, se tornam cada vez mais raras.     

E para falar um pouco sobre a trajetória do Conservatório, sobre educação musical e suas conquistas durante este período, o Poética Musical, Violão e Arte teve o prazer em receber para uma conversa a Pianista, Psicóloga, Pedagoga e Diretora Pedagógica Mônica Ajej!!!


Poética Musical: - Mônica, primeiramente, o Poética gostaria de agradecê-la pela oportunidade desta conversa que você concedeu ao blog e também parabenizá-la pelos 30 anos de Conservatório Musical do Butantã.


Mônica: - É um prazer poder falar sobre a Educação Musical em tempos tão difíceis como os de hoje.


Poética Musical: - Gostaríamos que você nos contasse um pouco como foi o início do Conservatório, o que a impulsionou a criá-lo e, consequentemente, entrar na área da educação musical?


Mônica Ajej
Mônica: - Sempre me identifiquei muito com a docência e, desde cedo, dava aulas de piano em minha casa. Como o número de alunos foi crescendo senti a necessidade de ter um lugar só para lecionar e, assim, poder atender com mais eficácia os meus alunos. Aluguei um imóvel no Jardim Bonfiglioli no ano de 1983 e passei a dar aulas juntamente com um amigo que dava aulas de violão. Com o tempo senti a necessidade de oferecer outros cursos, e, aos poucos introduzimos o órgão (que era muito comum na época), guitarra, baixo, bateria, teclado, entre outros. Hoje o Conservatório oferece mais de vinte cursos diferentes. Por volta dos anos 90 comecei a me interessar por aula de musicalização e participei de cursos com renomados pedagogos musicais do país. Aliei o meu conhecimento musical com as minhas formações em pedagogia e, principalmente psicologia e hoje a musicalização é o carro chefe do conservatório. Também nos anos 90 o Conservatório teve seus cursos de instrumentos musicais oficializados pelo MEC e passou a emitir diploma de nível técnico profissionalizante. 


Poética Musical: - Na sua visão, qual o segredo para que uma instituição de educação musical tenha o sucesso de estar tanto tempo oferecendo seus serviços na área do ensino?


Mônica: - Primeiro é a dedicação e empenho da direção e professores. Procuramos oferecer o melhor conteúdo para que o aluno se sinta motivado e interessado em participar das aulas práticas e teóricas.

Em segundo lugar estamos sempre renovando nossos equipamentos e procurando trazer para o aluno o que há de mais moderno no mercado musical.

E em terceiro lugar é o carinho com que recebemos nossos alunos no Conservatório. Procuramos ter um ambiente agradável, acolhedor e familiar. Conhecemos cada aluno e sua família e isto gera confiança de ambas as partes.

Poética Musical: - Pensando na sua vivência de empreendedorismo no ensino musical, qual o maior ou maiores desafios que você qualifica como o mais, ou, os mais importantes para manter uma educação de qualidade?


Mônica: - Manter professores qualificados no quadro de docentes da escola.

Remunerar os profissionais de forma justa para valorizar o seu trabalho.

Conscientizar os professores que é importante se reciclar sempre. Os alunos gostam de saber que seus professores estão fazendo cursos, tocando profissionalmente ou participando de eventos musicais.


Poética Musical: - Conte-nos um pouco sobre como você vê a atual educação musical em nosso país, seus pontos negativos e positivos.


Mônica: - Quando foi aprovada a volta da música nas escolas em 18 de agosto de 2008 com a Lei Nº 11.769 pensávamos que seria a salvação para o ensino musical. Mas, na realidade, com o passar dos anos vimos que não foi bem assim. Não há professores suficientes com formação musical para suprir todas as escolas do Brasil. Em muitos casos, a música é dada pelo professor de artes que não tem a formação necessária para desenvolver um trabalho de real importância. Em muitas escolas, a música é deixada de lado e a ênfase recai sobre as artes plásticas, pintura e teatro. Sendo assim, o ensino musical continua sendo dado pelos Conservatórios, que são pouco valorizados no Brasil, mas que tem um papel importantíssimo na formação do músico brasileiro. Apesar de tudo, vejo mais pontos positivos do que negativos, porque conheço muita gente que está fazendo um trabalho sério, como é o nosso caso aqui no Butantã.     


Poética Musical: - Durante esses 30 anos você vem fazendo um importante trabalho de musicalização infantil em seu Conservatório. Conte-nos um pouco sobre ele. 


Mônica: - Pesquisas mostram a importância da música na formação da criança, entre elas a concentração, atenção, disciplina, raciocínio matemático, coordenação motora, sociabilidade e, principalmente, equilíbrio emocional. A aula de musicalização proporciona a criança toda esta vivência,
Conservatório Musical do Butantã
além de despertar o interesse dela para ser um instrumentista ou um apreciador musical. No caso da criança muito pequena, a aula de musicalização, além de ser divertida, desenvolve a habilidade da criança perceber as propriedades do som como: duração, intensidade, altura e timbre. Como iniciamos a musicalização bem cedo, trabalho com bebês a partir de oito meses, é visível o desenvolvimento deles durante as aulas. Cantamos muito durante a aula e a sequência da melodia, da letra e do ritmo fazem com que a criança pense, elabore suas ideias e se reorganize enquanto está cantando. Mesmo as crianças pequenas que ainda não falam, ao ouvirem a melodia cantada pelo professor ou seus colegas executam as expressões corporais que acompanham a música. Ou seja, embora ainda não saibam falar elas acompanham a sequência da letra, melodia e ritmo dentro de si. 


Poética Musical: - Pra você, qual a importância em iniciar-se desde cedo nos estudos musicais, e qual a idade recomendada?


Mônica: - Na minha opinião, quanto mais cedo mais fácil de desenvolver as habilidades musicais. É lógico que a aula para crianças pequenas é diferente da aula de uma criança alfabetizada. Na verdade o ensino musical deve ser como o ensino da língua, primeiro aprende a falar para depois escrever. No caso da música, primeiro vivencia os elementos musicais para depois ir para o instrumento e a escrita musical. Tudo tem que ser feito de uma forma bem natural. Deixar que cada criança se desenvolva no seu tempo e o professor deve estar atento para as diferenças individuais e amadurecimento de cada criança.


Poética Musical: - Muitas vezes, o idoso, ou mesmo um adulto pode se mostrar desencorajado em iniciar-se no estudo de algum instrumento, acreditando, muitas vezes, que não tem mais idade para aprender. A história e o dia a dia têm revelado desfechos lindíssimos sobre esta questão. Gostaria que você falasse sobre os benefícios que o aprendizado musical pode proporcionar para aqueles que começam mais tardiamente os estudos!


Mônica: - É muito gratificante trabalhar com o adulto. Primeiro porque ele vem para a aula motivado, tem tempo para se dedicar
aos estudos em casa e, principalmente, se diverte nas aulas. Hoje em dia os adultos, principalmente os aposentados, dedicam mais tempo para aquilo que lhes dá prazer. A música tem sido a escolha de muitos deles. É inegável o benefício que a música traz para o idoso. O estudo musical desenvolve o raciocínio, a concentração, a memória, a destreza manual, entre outros. Nunca é tarde para começar a fazer aquilo que lhe dá prazer.


Poética Musical: - Além do ensino musical, na musicalização infantil, no canto, ou mesmo no ensino técnico de algum instrumento, quais outras qualificações o Conservatório acredita que sejam importantes para a formação final do aluno?


Mônica: - Além do aluno ter que ser um bom instrumenta ou cantor, ele precisa saber lidar com as emoções humanas. A música, seja ela erudita ou popular, toca fundo na alma das pessoas e o músico deve ter a sensibilidade de fazer uso desta característica sempre visando o bem do próximo. Aqui no conservatório nós enfatizamos o quanto a música é poderosa e o quanto ela pode ser usada em benefício do outro, seja em hospitais, asilos, orfanatos, instituições de crianças com câncer, etc. É lógico que a formação acadêmica para ser um concertista ou docente é muito importante, mas a parte humana também é.


Poética Musical: - Mônica, além da sua formação musical, de que maneira a sua formação, também nas áreas de Psicologia e Pedagogia se integram na formatação do currículo pedagógico do Conservatório, no contexto da inclusão educacional e na sua vivência diária no ensino musical?


Mônica: - As três áreas são muito importantes: música, pedagogia e psicologia. Eu procuro aliar as três ao meu cotidiano como diretora e professora. Seja ao lidar com o corpo docente, com os pais, com as crianças em sala de aula ou mesmo com crianças com necessidades especiais. A minha formação nestas três áreas me possibilita desenvolver um trabalho onde eu consigo, na maioria das vezes, chegar ao resultado esperado. Tenho plena consciência de como lidar com as diferenças individuais, com as necessidades de cada um e como fazer da escola um ambiente acolhedor, confiável e aconchegante para os alunos.


Poética Musical: - Nesses 30 anos de Conservatório, existe algum sonho, projeto ou algo que você gostaria de ter incorporado no ensino musical e que ainda está nos planos de criar futuramente?


Mônica: - Sempre penso em alçar vôos maiores, como montar uma pequena orquestra,  mas não é fácil. Para isso preciso de tempo, engajamento do corpo docente e ajuda de patrocinadores. Também gostaria de poder oferecer aulas de musicalização para um número maior de crianças. De certo modo já fazemos isto oferecendo bolsa integral para todos os irmãos de alunos menores de 8 anos.


Poética Musical: - Mônica, qual o significado da música em sua vida e o que ela proporcionou de positivo a você durante todos esses anos de docência? 


Mônica: - A música faz parte do meu dia a dia de segunda a segunda. Durante a semana dando aula e nos finais de semana escutando as minhas músicas favoritas ou pesquisando novo repertório para usar em aula. Ela me proporcionou muitas alegrias durante todos esses anos: alunos que estão trabalhando e vivendo da música, alunos que são filhos de ex-alunos, ver o desenvolvimento dos bebês, tudo isto é muito gratificante. 


Poética Musical: - Nestes 30 anos de ensino, o Conservatório vem preparando seus alunos para o ingresso em Universidades e importantes centros musicais de ensino, ou mesmo para o mercado musical. Qual o seu sentimento em relação a esta contribuição e, de que maneira o Conservatório busca se atualizar sobre as exigências no dia a dia da educação musical, preparando-se cada vez mais para esta questão?  


Mônica: - Fico muito feliz em saber que o Conservatório contribuiu na formação de muitas pessoas que já passaram pelo ensino universitário ou que ainda pretendem fazê-lo. O Conservatório procura sempre ter professores de alto nível, com metodologia moderna e capacitados para formarem alunos que possam competir no mundo musical.     


Poética Musical: - Para finalizar, gostaríamos que você deixasse uma mensagem para os pais, para os alunos do Conservatório e também para as pessoas que estão pensando em iniciar os estudos musicais!


Mônica: - Aos pais e alunos agradeço a confiança depositada no nosso trabalho e tenham a certeza que fazemos com amor e dedicação. A você que deseja iniciar os estudos musicais eu digo para não desistir nunca dos seus sonhos. A música só vai enriquecer a sua vida, então tome coragem e venha aprender um instrumento ou cantar.


Poética Musical: - Mônica, mais uma vez o Poética Parabeniza o Conservatório Musical do Butantã pelos seus 30 anos de conquistas e agradece a sua participação e a nossa conversa! Sucesso cada vez mais, e que venham mais 30 anos!!!


Mônica: - Agradeço a oportunidade de falar sobre o Conservatório e sobre a educação musical. Sim, e que venham mais 30 anos.



Poética Musical, Violão e Arte Entrevista.